quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Onde os sonhos se perdem

Hoje acordei com saudades de mim... saudades da menina que namorava com o sol e se apaixonava pelo futuro... Saudades da magia que realçava as cores do arco-íris, do cheiro de terra molhada, das músicas que me faziam promessas... Saudades dos sonhos que eu tinha e da “super-mulher maravilha-perfeita” que projetei, mas que nunca me tornei...


Saudades de tudo o que construí dentro de mim, e que hoje me vejo obrigada a desconstruir... porque os sonhos da infância são apenas sonhos, e diversos são os caminhos que nos afastam deles!

E o gosto da saudade é agridoce, mesclado de tristezas e alegrias... o que antes era certeza hoje é desilusão e no lugar do riso livre, botaram-me a ironia. A magia de tudo foi coberta pelo manto pesado dos nãos, e agora cores são apenas cores, flores são apenas flores e amores são apenas dores.

Minhas fadas sumiram no ar, perdi meu pozinho mágico, o portal para o fantástico fechou-se há muito tempo... Restou-me a alternativa de viver aqui, num mundo distorcido, onde o eterno é apenas um momento, os sentimentos são comprados e valores são vendidos.

Neste mundo minha pele de veludo deu lugar a espinhos, e o que era doce, agora arde. Tateio-me a procura de mim e só encontro vestígios de outros, e me assusta a imagem multiforme que reflito.

Saudade da minha alegriazinha de menina despertada por bem-te-vis, que alimentava sabiás, abraçava árvores e falava com flores... Saudade da coleção de folhas secas, de sementes coloridas e de lápis que me tornavam rica.

Nem lembro mais do rosto de meus amigos imaginários que me ensinaram do mundo... eles também me prometiam felicidade! Não sei onde foi que me perdi...

E eu que acreditava no amor, fui abandonada até pelos meus sonhos!

Saudades eternas do meu Fantástico Reino Encantado... é para lá que quero voltar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário