terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Vontade

Era uma moça pacata
Sem sonhos, sem alegrias
Até que um dia qualquer
Algo estranho contemplou,
E uma imensa vontade surgia

Sentiu uma vontade enorme
Que mudou sua vida vazia
E era a vontade tão forte
Que consumia todas as horas do dia

Acordava com a vontade
E com a vontade dormia
Já não comia, nem bebia:
Apenas a vontade lhe nutria!

Mas era uma vontade lasciva
Aquela que a moça possuía
E de tanto querer, engravidou
Da própria vontade que tinha

E gestou com muito mais vontade
O feto da vontade que crescia
E antes do tempo deu à luz
E sua imensa vontade nascia

Mas era a vontade tão forte
Tão voraz e mesquinha
Que mal nascera, devorou
O frágil corpo que a mantinha.
E só restou da pobre moça
A imensa vontade que tinha!