domingo, 11 de abril de 2010

Filhos

Filhos. Astros com luz própria. Gerados no universo particular do meu ventre e lançados ao espaço infinito. Fontes do meu prazer e do meu pesar. Em confuso paradoxo, estão em mim e além de mim. Tentar alcançá-los é lançar-me no impossível, prendê-los a mim é obrigá-los ao retrocesso. Resta-me contemplá-los com olhos atentos e coração alerta, mantendo nos lábios a prece da vida “dá-lhes vida em abundância...” Sou mãe-universo e guardo uma lágrima e um sorriso, perceptíveis somente aos olhos do amor, da renúncia. Invento mundos perfeitos e vitórias suntuosas, onde meus filhos são reis e rainhas em graça e glórias. E em meu Templo, ergo altares magníficos e rendo-lhes ofertas de amor, caridade, renúncia e vida.


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